terça-feira, 6 de maio de 2014

Sobre ser mar a vida toda

Tenho medo que exploda. Às vezes realmente tenho medo que exploda. Ontem, sábado à tarde, sentei em frente a TV e fiquei esperando alguma coisa que me pudesse fazer sorrir. Mais ou menos como se fosse essas sinaleiras que me permitem seguir em frente pra tomar alguma atitude qualquer que não seja relevante. Quando eu menos esperava lá estava ela. Então sinto ele disparar e pular por dentro de mim e com ele toda aquela empolgação, tudo, inclusive coisa estranha acontecendo e derrepente meus olhos ficam de um vermelho triste e começa a jorrar aquela água que parece ser infinita, não sessa por nenhum segundo sequer, que parece nunca ter fim e que lava meu rosto desde a noite de terça. E eu falo oi e a resposta é um oi e falamos durante quase meia hora das coisas simples da vida e dialogamos sobre um possível encontro com algum poeta e escritor de nossa preferencia e falamos de muitas outras coisas. Mas sabe? A única coisa que eu realmente queria era dizer que a amo terrívelmente e sair correndo ao encontro dela e puxá-la pela mão e ela talvez ficasse assustada e perguntasse pra onde iríamos e diria que tinha que fazer as malas ou avisar a família e eu diria que isso não importava que iriamos sair disso tudo e que pegaríamos o primeiro ônibus para algum lugar qualquer, algum lugar qualquer bonito que nos acolhesse que nos desse todo o tempo do mundo, algum lugar que fizesse que nós nos permitíssemos lindamente e nesse lugar qualquer viveríamos como se estivéssemos nos conhecendo novamente e haveria todos aqueles sorrisos explosivos e cada dia seria uma nova descoberta, cada dia seria um novo recomeço e que cada dia seriamos nós. E esses dias seriam de uma primavera infinita, tirando o fato da rinite e da coceira no nariz, fora isso, as cores e o cheiro de vida seria algo que nunca tinhamos passado e então nos olharíamos e com o olhar e eu veria novamente que teria um lar. Olhar doce lar.


Todo amor sempre.



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