sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sobre Deixar Tudo Que Ama

Sempre soubemos que a hora de partir iria chegar. Arrumou suas coisas e andou. Virou-se para a estante e observou o último momento daquele lugar. Olhou os rostos em sua volta e suspirou algo do tipo "eu ainda amo tanto vocês" e saiu. Saiu em direção a rua, não sabia pra que lado seguia, apenas andou e andou... Havia tantos anos e lembranças naquele lugar que ele não soubera como começar do zero. O que tinha nos bolsos? Apenas uma passagem de ida para Hungria. Soubera que lá fazia frio. Ele odiava o frio, mas mesmo assim queria arriscar, queria encontrar novas temperaturas. Levará consigo apenas o sombrio olhar das lembranças ruins, que tentará ali, deixar pra trás. Ouvia música no momento da partida. Não lembrava qual, eram apenas melodias soadas com acordes secos de guitarras mal afinadas, era bonito ao seu "ver". Queria sair dali, pois esse lugar trazia um misto de felicidade e decepção. Odiava tudo ao mesmo tempo que amava somente as pessoas que ficaram. Hoje ele está na Hungria, colhendo maçãs e lembrando do abraço que deixará ao partir na noite do dia 26/06 do ano que não lembra.

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